Já é quase outubro!
É clichê, mas eu não alcanço a carreira do tempo, e muito menos das folhas que com o
soprar do vento, dançam freneticamente. Em poucos segundos, fecho os olhos, e
quase ouço o início do Outono de
Vivaldi. Ele deve ter se inspirado nessa dança linda das folhas.
As nuances são perfeitas: do verde que ainda resta do verão, passando por
laranja, amarelo, marrom e até vermelho. Ali tem todos os tons de cores em suas
determinadas escalas. Eis a perfeição da nossa mãe-natureza.
Aqui, acolá, aparecem
outros tons de bagas, frutas, cogumelos, e lá no fundo corre um
esquilo levando uma noz ao topo de sua árvore. Dentre as árvores do
bosque, uma frestinha dá chance à saudação de um raio de sol. As gotas de orvalho ainda estão a cair.
Os pássaros começam a se
ausentar a caminho da viagem ao sul. São centenas deles e de muitas espécies. À frente, sempre
o líder, que após um grande fardo, delega sua posição ao próximo colega. E
assim continua passando a posição de líder aos demais, um a um, até chegar ao destino
final, onde eles permanecem até a próxima primavera. E com essa mesma coreografia e sintonia,
eles fazem essa viagem anualmente.
É, parece-me que o outono não é só de Vivaldi...