sábado, 19 de outubro de 2013

Madre Teresa de Calcutá

"Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que desistas. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha."

sábado, 7 de setembro de 2013

Telegrama




Lembra-se de mim, daquele navio de flores, frutos, estrela do mar, alegria, risos, abraços, vinho bento do sangue de Cristo, onde meus sonhos extraviados habitavam?
Este navio sou eu, e você meu capitão de longo curso do mar e do céu, mostre-me a rota a ser seguida.
 Será que é aquela estrela brilhante aos nossos olhos?  Ou será que ela morreu e veio morar no meu coração?

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Texto de Marina Wanderley



Tem hora para a chegada de tudo em nossas vidas, esse dia chegou o tempo de despedida pra mim, antes que eu descobrisse o significado de tal palavra.
Então, não chega como ondas fáceis converter sentimentos por palavras, elas pertencem a um alguém que não chegou a conhecer seu avô que enxerga como espelho, não só pra mim, mas deste espelho ressalta diversos raios que serve de inspiração e pilastra pra toda nossa família. Perco-me entre letras encarnadas de sentimentos, pra ser mais precisa um embaraço, mas que o destino me permita mapear qualquer traço de acaso e que desses rodapés se proliferem um sentimentalismo encarnado de historias de família. Tal sobrenome e fita genética que eu carrego com um orgulho ímpar, sempre vindos de um alguém que eu espero ouvir em tom poético citar versinhos únicos como os teus, com um jeito de ver a vida futurista, sempre à base de um tímido sorriso.
Depois que ele nos deixou, a vida virou um canto com uma melancolia partida e um passo em falso, sem o poeta que com letras alimentava nossas almas. Dono da falácia dos espelhos quebrados, das imagens que não foram vistas, mas se tornaram impossíveis de serem esquecidas. E que mesmo sem vê-lo passar por caminhos que levam a vida real, sinto o que desconheço através do toque da carne, o que não significa dizer que não estou algemada a este mesmo amor que nos fez chegar até aqui. Longe disso, quero senti-lo cada vez mais perto, enquanto eu sempre com um peito aflito e estremecido fico esperando tu cruzares a ponte da saudade, que é pra ver se mata o vazio que aqui deixastes.
***
Marina é minha estrela guia, vestida de festa, disfarçada em neta de Berilo Wanderley.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Desabafo



  Clarice Lispector

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Memória




 Abro a janela sobre uma paisagem de cartão postal, com cores que respiram amor e saudade. Uma fotografia da minha juventude.
Na torre da igreja, aqui em frente, repouso de pássaros e pombos que se espantam com o floreado do som dos sinos. Há certas memórias que são partes da gente, nessa igreja Nossa Senhora de Lourdes foi à casa de Pe. João Maria, o santo e grande homem que ninguém esquece seu apostolado. Outro padre, Pe. Eimard  Lereste Monteiro  construiu essa igreja, de pedras, cimentos, tijolos, cal e festas com concurso de rainha do cordão encarnado e azul. Graças à ajuda de todos os natalenses daquela época foi possível terminar a construção que durou meio século. Aí está uma parte de mim, que vaidosa e feliz fui à rainha do cordão encarnado. Memórias que são pedaços de uma historia que me tocam com alegria e dor, mistura que se faz saudade.
Logo atrás da igreja, vemos o verde e os telhados de “Mãe Luiza” – restos de amor guardado como enfeite de ouro, atado dentro de mim, virando estrela da minha solidão.
Na esquina, à direita, é a imensidão do mar, sempre com seus azuis fortes e seus verdes que nunca repetem seus matizes, cada dia com seu verde e com sua verdade.
O mar! Meu namorado sedutor, belo e perigoso, característica de todos os grandes sedutores.
  


                        

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Destino



Mia Couto

À ternura pouca 
me vou acostumando 
enquanto me adio 
servente de danos e enganos 

vou perdendo morada 
na súbita lentidão 
de um destino 
que me vai sendo escasso 

conheço a minha morte 
seu lugar esquivo 
seu acontecer disperso 

agora 
que mais 
me poderei vencer?