Abro a janela sobre uma paisagem de cartão postal, com
cores que respiram amor e saudade. Uma fotografia da minha juventude.
Na torre da igreja, aqui em frente, repouso de pássaros e
pombos que se espantam com o floreado do som dos sinos. Há certas memórias que
são partes da gente, nessa igreja Nossa Senhora de Lourdes foi à casa de Pe.
João Maria, o santo e grande homem que ninguém esquece seu apostolado. Outro
padre, Pe. Eimard Lereste Monteiro construiu essa igreja, de pedras, cimentos,
tijolos, cal e festas com concurso de rainha do cordão encarnado e azul. Graças
à ajuda de todos os natalenses daquela época foi possível terminar a construção
que durou meio século. Aí está uma parte de mim, que vaidosa e feliz fui à
rainha do cordão encarnado. Memórias que são pedaços de uma historia que me
tocam com alegria e dor, mistura que se faz saudade.
Logo atrás da igreja, vemos o verde e os telhados de “Mãe
Luiza” – restos de amor guardado como enfeite de ouro, atado dentro de mim,
virando estrela da minha solidão.
Na esquina, à direita, é a imensidão do mar, sempre com
seus azuis fortes e seus verdes que nunca repetem seus matizes, cada dia com
seu verde e com sua verdade.
O mar! Meu namorado sedutor, belo e perigoso,
característica de todos os grandes sedutores.
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