quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Restos de julho


A primeira visão foi na igreja numa missa festiva, bodas de prata da minha irmã Riselda e Djanirito. Nunca esqueci, era uma estrela caída diante de mim. Segurei o braço de Berilo e quase lhe pedia perdão. Na saída da igreja comentamos da figura encantadora que vimos, procuramos saber quem era, Sabino - padre italiano, atual diretor do Salesiano.
Meses depois,  em julho, o coração de Berilo parou, exatamente na madrugada do dia 20 de julho de 1979.
A dor do nunca mais é uma tortura prolongada e infinita. O instinto da vida nos leva a continuar - continuando e é aí que aprendemos que o amor tem muitas faces e que somos devotos ao amor, mesmo magoando-nos com a saudade.
A morte não apagou a estrela que me mostrou o caminho e perdoou meus pecados. Ela brilha e me ressuscita. Hoje oito de julho de 2011, cinco anos que Sabino acompanhando uma procissão seguiu em frente e sem olhar para traz se perdeu de céu a fora a perder-se no espaço virou estrela onde repousa meu amor.
"Seja eu de novo a
 tua sombra, teu desejo, tua noite sem remédio, tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota tremula, raiz exposta."

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