quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Carta para Mario Ivo




Naquela tarde, eu queria tanto pegar pelo meio do mundo belezas novas, e contar uma historia que começasse docemente: era uma vez um Natal que... e ficasse em você, no seu espírito e se espalhasse no seu corpo como alegria, ternura, admiração, coisas que eu tenho por você.  E só por ter me faz feliz.
Mas, como sabemos, “a poesia não é de quem faz, mas é de quem precisa”
Aí fui buscar no jeito de cada poeta um sentido de beleza escolhida para você:
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata. (Clarice Lispector)
Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança.
Eu, (..........), sou assim.
Pelo menos assim quero fazer: A que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper.
A máscara do Arlequim não serve apenas para o proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe o espaço de a reinventar.
Desculpem, mas preciso lhes dizer:
EU quero o delírio. (Lya Luft)
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!!
Nem tudo precisa ser revelado.
Todo mundo deve cultivar um jardim secreto. (Lou Salomé)
Desistir... Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.
Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas... Daqui para frente levo apenas o que couber no bolso e no coração. (Cora Coralina)
Há uma represa pronta para transbordar.
Nunca saberemos o que realmente somos (Marise Castro)

Dê-me um abraço e receba este Retrato de Cecília Meireles, que é meu também:


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdido a minha face?

MEmilia




  

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