segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013





 

NA FRESCA MANHÃ
(Nilson Patriota)

Na fresca manhã de junho
Por uma trilha orvalhada
Entre ribeiras e montes
Que margeavam o oceano
Revelaste teus segredos
Contaste-me tua história
Belos arcanos e sonhos
Conservados na ternura
De um tempo bom que passou
Sem jamais ser olvidado.

O brando sol que batia
Em nossos rostos queimados
Realçava cores vivas
Às vezes dissimuladas
Na rósea cor da epiderme
Que os anos não desbotaram.
No orvalho de teu corpo
Nas águas de tua alma
Musgo e flores se abriam
Líquen e rosas trescalavam.

Maroto vento enlaçava
Nossos cabelos revoltos.
Pelo teu corpo trigueiro
Pelo teu corpo rosado
Uma beleza de fruto
De músci de superfície
De seiva doce e suave
À manhã de sol revelava.
No regaço de teus seios
A luz intensa brilhava.

De tua cútis dourada
Naquela manhã de junho
Âmbar e almíscar se evolavam
Enquanto à margem da estrada
Canoros pássaros trinavam.
A paisagem de encostas
De vales e depressões
De manso se refletia
No espelho de teus olhos
Que a luz intensa banhava.

Na fresca manhã de junho
Por entre nardos e cardos
Anelando fantasias
Sensível à tua ternura
Olhei-te e vi-te tão moça!
Onde os anos já passados
E o tempo que se foi?
Oh, coração! Oh, coragem!
Em qualquer fase da vida
O amor explode – nasce.



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