terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A vida não é real, mas os sonhos são...




 Sempre me espanto quando o dia amanhece assim, tão desconhecido, aí me dá uma vontade de chorar até pelo que não fiz.
 ”Eu que não dei por esta mudança/tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou a minha face?” Perguntava a poeta.
 Num dos cacos de espelho sobrenatural e infinito, visto a minha fantasia de colombina, restos de um vestido de tule usado nos 15 anos. Completado com retalhos de cetim preto, criação da minha fada rainha: Zabinha, que continua na doçura do amor fraterno tão mágico e milagroso.
 Aconteceu tudo igual a “Commedia dell’Arte”: a Colombina que é a minha realidade, e mais os outros dois, completando o trio famoso:
O Pierrô: poeta e mundo belo e novo da colombina.
O Arlequim: não usava roupas de losangos, mas era uma moça bonita que graciosamente  dançava para o meu Pierrô ver.
Depois do baile, no jornal da manhã seguinte, estava escrito sem nenhum disfarce a beleza da moça “arlequim”, que trouxera um dia à primavera para Madrid e etc. etc.
Disfarçar o meu ciúme? Foi tão difícil! Sofri todas as dores do mundo.
Mas o que me importa é que o Pierrô ainda brilha no emaranhado dos meus sonhos, e que a vida não é real, mas os sonhos são.

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