domingo, 21 de agosto de 2011

Alô, Alô Jarbas Martins

Alô, Alô Jarbas Martins!

Existe uma Estação aqui bem pertinho do Cabugi, onde Berilo passou a infância, que fica em frente a casa velha da fazenda. Foi tudo planejado pelo Cel. Luis Pinheiro, avô materno de Berilo.

A Estação Santa Cruz, e veja como ela é linda! Junto à magia dos “causos” de Berilo, ela me fascina. O trem trazia alimentos e notícias da cidade. O pessoal da casa se preparava e se perfumava diariamente para ver a chegada desse trem. Berilo me falava coisas incríveis, como a morte de um passageiro - foi a primeira vez que Berilo menininho viu a morte de perto. Ele lembrava de sua mãe correndo trazendo um lençol branco para proteger o morto, e contava detalhes dessa e de outras lembranças.

Não vamos precisar de John Ford para começar seu filme: temos a Estação, o cenário está aí e é todo seu! Podemos até negociar, quem sabe, com aquele velho e antigo chapéu da Insustentável leveza (risos). O roteiro, conte com Mario Ivo, meu tesouro da juventude. E por falar em juventude, a idade tem uma coisa interessante: a juventude vive dentro de nós, e por ser tão íntima, faço o meu roteiro - e cá para nós, me saio muito bem. Quanto ao lado biológico, ah meu Deus! E os mais novos que seguram o meu braço com cuidado para eu não tropeçar, ah como eu acho chaaato! Não sabem eles que meus tropeções maiores são os da alma, porque o corpo, os médicos corrigem.

Adorei a sua idéia de fazer um filme, e viva Angicos e viva a você!

MEmilia

2 comentários:

  1. A Velha Estação... é isso que ela tem de bom!
    Carregada de histórias e lembranças que se atualizam e se renovam no hoje. Idade e juventude ao mesmo tempo, só você D. Maria consegue isso.
    Você é nossa Musa.
    Bjs,
    Sandra.

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  2. tudo tão lindo, maria emília, musa e poeta, o filme está aí: você e berilo,tão vocês, tão íntimos e fantásticos como a estação, a ferrovia na lua, o cabugi, um enorme transatlântico na caatinga, tudo sob a direção de mario ivo, que john ford pode ser só uma lembrança dilacerada pelo tempo voraz, como no soneto de shakespeare,como tudo que amamos, maria emília, musa, maga,deusa, tudo tão doído,e no entanto,tão real,como o chapéu que me deste de presente, a mim e à minha antiga namorada,teus roteiros,e mario ivo,e tudo perdido para sempre e reencontrado, não por acaso, no palheiro da ternura humana.

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